Terapia genética é uma promessa na cura de doença
Por Redação 03 de Abril de 2018
Um tratamento inovador contra um raro tipo de cegueira começará a ser oferecido nos Estados Unidos por US$ 850 mil (R$ 2,7 milhões). O remédio chama atenção por ser o primeiro baseado em terapia genética — procedimento pesquisado há cerca de 20 anos que visa introduzir genes no interior das células com o objetivo de tratar doenças. O Luxturna foi concebido e criado pela empresa de biotecnologia Spark Therapeutics, e atua contra a degeneração da retina dos olhos, causada por uma mutação genética que pode levar à perda total de visão. A empresa estima que entre 1.000 e 2.000 pessoas nos EUA sofram com o problema.
A Spark Therapeutics defendeu o valor alegando que as novas terapias enfrentam "desafios únicos no setor de saúde dos EUA, considerando as atuais regras e regulamentos". "Há barreiras para a ofertas de modelos alternativos, já que o foco do sistema todo está no curto prazo, em grande parte porque a maioria dos pacientes troca as companhias de seguro de saúde em média a cada três anos. Além disso, há um sistema complicado de distribuição e de reembolso de medicamentos especiais", disse em nota. A situação ficando ainda mais grave, segundo a empresa, no caso de remédios contra doenças que afetam uma pequena parcela da população.
Para contornar a situação, a empresa promete oferecer descontos dependendo da eficácia do medicamento, além de estabelecer parcerias com seguradoras e serviços públicos de saúde dos EUA. Uma deles já foi estabelecida com a seguradora Harvard Pilgrim Health Care, da região de Boston. E se o paciente não tiver benefício imediato (medido em 30 dias) ou no longo prazo (medido em 30 meses), a Spark promete devolver parte do dinheiro.
"Nós estamos ainda na infância daquilo que acho que poderia ser uma série de inovações na forma como pagamos por esses remédios caríssimos", disse à CNBC Steve Miller, chefe médico da empresa de benefícios farmacêuticos Express Scripts, que está estudando formas de distribuir o Luxturna. "Precisamos descobrir isso, porque, vamos ser francos, virão muito mais desses remédios para parcelas cada vez maiores da população."
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